Apagão em Portugal {part 2}

Apagão em Portugal {part 2}

Alexia:

Oi oi pessoal e bemvindos a mais episódio do Carioca Connection. Meu nome é Alexia, eu estou aqui com o Foster. Oi Foster.

Foster:

Olá Alexia, tudo bem?

Alexia:

Tudo bem. O episódio de hoje é parte 2 sobre o apagão que sofremos aqui em Portugal. Então se você não escutou a parte volta ao episódio, escuta e depois volta pra cá.

Foster:

É importante voltar e escutar o episódio anterior, senão esse episódio vai ficar meu komboso.

Alexia:

Sim, sim. Então vamos lá. Vamos dar alguns detalhes sobre o o que que aconteceu no meio do dia do apagão, assim a nossa comunicação, o que que a gente teve que fazer pra conseguir se organizar, pra trazer meu pai pra casa, né? Na alta hospitalar. Então, você estava falando no último episódio, que 1 das suas lembranças é tipo, amor, se você não escutar de mim em 2 horas, vem pro

Foster:

hospital. Sim, ele já entrou num clima totalmente caótico.

Alexia:

Caótico.

Foster:

Caótico. Então mais ou menos às 2 da tarde, Alex já falou, tipo, se você não está recebendo minhas mensagens daqui a 2 horas, por favor, vem correndo pra pra me ajudar, pra ajudar a gente trazer o seu pai pra casa. Sim. Também nisso tudo eu já estava procurando comida e coisas pra casa.

Alexia:

Foi muito surreal isso porque, no mesmo dia do apagão, antes das 11 e meia, a gente tinha recebido comida congelada pra semana. Porque a gente se organizou em relação à comida, pra gente não ter tanto trabalho pra cozinhar pra 3 pessoas e com 1 dieta específica, que a gente fez serviço específico de comida

Foster:

congelada. Tipo, nossa geladeira e frigorífico inteiro estava cheio de comida congelada, que naturalmente quando não tem luz não é muito útil ter comida congelada em casa.

Alexia:

E só adendo foi dos dias mais quentes.

Foster:

Estava muito quente.

Alexia:

Estava muito quente estava beirando 30 graus, então, e tudo aqui em casa nosso é elétrico, fogão elétrico, forno elétrico, tudo, elétrico.

Foster:

O que que você falou que estava muito quente estava o quê? Beirando. Beirando, boa palavra. Sim. E também só 1 notinha, você falou adendo?

Foster:

É. É tipo 1 nota. É. Legal.

Alexia:

E aí a gente começou a reparar que eu não tinha comida específica enlatada em casa. E a gente começou também a receber a notícia de que ia faltar água, coisa que faltou em muitos prédios. A gente teve sorte que não falta água.

Foster:

Sim, então tivemos em casa, tipo, 1 lata de feijão preto e também eu estava conversando com o nosso vizinho, ele falou vai faltar água, daqui a humor não vamos ter mais água. Então eu tinha que encher todas as garrafas, panelas, qualquer coisa que eu podia encher com água, então nossa casa inteira estava cheia de garrafas taças tudo com água enquanto eu estava na rua procurando comida eu fui pro supermercado estava cheio de gente na porta e os funcionários dentro tipo não não pode entrar. Todos os mercadinhos aqui do bairro estava fechado com fila de pessoas.

Alexia:

O nosso supermercado aqui do do bairro e resolveu fechar MESMO, ELE NEM ABRIU PRA, PRA NADA, RESOLVERAM FECHAR. SÓ TINHA SUPERMERCADO AQUI PERTO, QUE A A GENTE CONSEGUIU IR, só e já já não tinha nada, eu trouxe pra casa palmito, biscoito Maria, creme crack e

Foster:

Creme crack.

Alexia:

Que mais que eu trouxe? Ah, tipo tadinho, chocolate em caixinha, essas coisas assim.

Foster:

Você pode explicar aqui que é biscoito Maria?

Alexia:

É biscoito redondo. Eu não sei muito de explicar não, docinho. A marca é biscoito Maria. É muito gostoso, você ir no Brasil tem aqui é super famoso.

Foster:

Sim, enfim, saí na rua, 1 loucura, caos total e

Alexia:

E perigoso também porque nenhum dos sinais, né, de trânsito estavam funcionando.

Foster:

Ah só que na nossa rua, caras que tinham essa da Índia. É. Então foi, apocalíptico Apocalipse. Apocalipse.

Alexia:

É. O metrô parado, obviamente.

Foster:

É, eu já recebi algumas mensagens, tipo de grupos de WhatsApp que tinha muita gente que ficou preso no metrô e

Alexia:

Aqui o metrô do Porto, o nosso vizinho trabalha pro metrô do Porto, eu estava conversando com ele no outro dia, ele falou a nossa sorte é que a maior parte do metrô do Porto é de superfície, então é muito fácil pras pessoas entrarem e saírem quando esse tipo de coisa acontece. O problema foi em Lisboa, que tudo era embaixo mesmo. Sim. E que não tinha nenhum plano de contenção em Lisboa. Aí eu já não sei se é tipo a velha rivalidade entre Porto Lisboa, Porto é melhor e Lisboa não é?

Foster:

Pode ser.

Alexia:

Ou se é verdade?

Foster:

Pode ser. Bom, enfim, 2 horas passaram, Alex já tinha me falado bom se você não escutar notícias minhas depois de 2 horas vai correndo para o

Alexia:

hospital e foi que ele fez Então,

Foster:

o que eu fiz? Deixei nosso cachorro, barzinho que estava doente aqui em casa, eu fui correndo lá na loucura da cidade até o hospital. Tinha, chegando no hospital, foi 1 loucura, tudo escuro. Quando eu entrei, alguém falou, tipo, pra aí? Tipo, não, pode entrar.

Foster:

Eu falei, não, sem, o meu seu loucura só ia entrar no quarto andar. Então o Segurança. Segurança Paulo. Tá, pode entrar. Eu tinha que subir a escada e tinha médicos com luz do iPhone descendo subindo escada com pacientes na maca.

Foster:

O loucura é total. É. E finalmente eu cheguei pra vocês, daí você pode resumir o que aconteceu.

Alexia:

Aí o Foscher levou a maior parte das coisas com ele Hã? Porque de novo, a gente mora muito perto desse hospital, então demora o quê? 20 minutos no máximo pra chegar lá andando.

Foster:

Andando quase maior.

Alexia:

É, é supertranquilo pra nós, que somos jovens e gostamos de caminhar. Só que assim, com a alta do meu pai, o meu pai precisava ainda se sentar pra tomar banho. Então naquele dia antes do apagão eu passei numa loja e comprei AA0 banquinho de sentar, comprei a máquina de pressão E aí, isso eu tenho que admitir. Quando eu reparei que estava tendo apagão e que estava com talvez falta de água, eu comecei a pegar a água que ele tinha no quarto do hospital e botar dentro das nossas bolsas. E das mochilas que eu falei meu pai não vai passar sede.

Alexia:

Isso com certeza não ele está recém operado e comecei a colocar dentro das nossas bolsas e mochilas e o Foster voltou pra casa com isso. Então a minha responsabilidade era descer com meu pai pra entrar no carro, que a minha amiga tinha separado, na van e voltarmos pra casa e aí fizemos isso.

Foster:

Então eu voltei pra casa carregando tudo e qualquer coisa totalmente suado e logo depois que vocês chegaram.

Alexia:

Aí a gente chegou, subimos, aí falamos ai, graças a Deus estamos em casa, deu tudo certo e tal. Aí eu estou arrumando as coisas de meu pai. E aí eu começo a olhar assim eu falei, cadê os remédios de meu pai? Meu pai não tem nenhum remédio aqui. Aí eu lembrei que a Nietzsche tinha deixado todos os remédios dele no hospital.

Alexia:

Aí eu olho pra cara do Forcher, aí o Forcher não você não vai voltar lá eu assim eu vou ter que voltar lá. Aí eu voltei lá, subi de novo, falei com médico que me reconheceu claro, peguei os chameds, nisso passei em mercadinhos, fui comprando mini coisinhas aqui pra casa que eu conseguia comprar, quando chego em casa, arrumo os chamedios, a gente percebeu que não tinha o mais importante que era o paracetamol contra dor.

Foster:

Sim e farmácia não estava aberta não tinha como Como conseguir, foi impossível.

Alexia:

Nada. E aí eu olhei pra cara do Forcher, aí o Forcher eu vou lá na casa do seu pai porque eu sei que lá tem. E aí o Forcher saiu de casa, foi andando até a casa do meu pai, que aí sim demora umas 30 40 minutos.

Foster:

Mas isso foi tudo durante o dia, então nessa época o pôr do sol é mais ou menos às 8, 8 e meia. Eu estou pensando, apagão durante o dia, não está tranquilo, mas dá pra aguentar.

Alexia:

O problema é a noite.

Foster:

Sim, eu já estava ficando com muito medo de que vai acontecer com 1 casa totalmente escura, sem luz, sem água, com seu pai que estava super cansado, acabou de ter 1 cirurgia muito séria. Bom, eu fui correndo lá pro apartamento pro seu pai, peguei parace Tomo peguei basicamente tudo que ele tinha no apartamento dela botei correndo pra casa.

Alexia:

Enquanto isso eu estava na casa do nosso vizinho que tinha feito 1 fogueira eu esquentei o jantar do meu pai eu falei assim pelo menos o meu pai vai comer direito.

Foster:

Pode explicar aqui que é fogueira? Fire. Sim, fogueira mas ela ele tinha quase 1 churrasco.

Alexia:

Não não, ele não usou o gril. Ele fez ele fez no carvão no chão mesmo e usou 1 panela mesmo pra fazer e eu estava morrendo de medo aquilo tudo.

Foster:

Sim é bom eu estava presente por parte.

Alexia:

Aí eu fui esquentei a comida do meu pai trouxe e aí meu pai comeu aí o Foster chega junto com o paracetamol. E aí foi só 1 questão de literalmente esperar a a luz voltar, se voltasse. O eu tive pouquinho de ansiedade porque como eu estava muito calor, meu pai ainda estava com ponto no peito, eu fiquei com medo daquilo começar a incomodar ou abrir ou começar a ter algum tipo de questão. E aí a gente ficou sentado no nosso quintal, né? Até vendo o pôr do sol até umas de 9 a 9 e meia.

Foster:

Sim.

Alexia:

Aí a gente entrou em casa, tinha velas acesas, a gente achou o nosso powerbank pra

Foster:

Carregar o celular.

Alexia:

Pra carregar o celular, então a gente tinha a lanterna.

Foster:

E só 2 detalhes, eu não sei porque não tecnologia não está funcionando, mas eu acho que foi o dia que eu que eu tive o, não sei como falar isso, que eu caminhei tanto, eu acho que eu consegui caminhar pelo menos 40000 passos num dia só. E normalmente eu posso ver no meu no meu iPhone quantos passos que eu tomei

Alexia:

Que eu fiz?

Foster:

Que eu fiz num dia, mas no dia do apegão, eu não tenho esses dados

Alexia:

Não.

Foster:

E também voltando do apartamento do seu pai, e estava chegando pras 8, tipo, quase pôr do sol. E foi 1 cena tão interessante porque já já passou momento totalmente caótico, que todo mundo estava procurando comida e achando que todo mundo ia morrer. E tinha, tipo, crianças jogando futebol na rua, tinha, a pracinha estava cheia de estudantes e ninguém estava no celular, todo mundo com os carros abertos e escutando o rádio pra tentar entender o que que estava acontecendo. Essa parte foi foi não foi legal, mas foi momento de de calmo que eu tive.

Alexia:

Foi momento de calmaria, eu não romantizo o apagão eu acho que foi 1 loucura, eu acho que, EU ACHO QUE FOI DOS PIORES DIAS, QUE EU JÁ PASSEI.

Foster:

Foi dia.

Alexia:

É. E, mas claro que se tivesse sido dia entre aspas normal, PRA NÓS, SEM TER ENVOLVIDO O HOSPITAL. A GENTE TERIA ENCARADO ISSO DE 1 OUTRA FORMA, COMPLETAMENTE DIFERENTE. MAS, AGORA QUE EU SEI O QUE QUE ACONTECE, QUANDO, TÁ APAGÃO, GERADOR FALHA NO HOSPITAL, E EXISTE PLANO DE CONTINGÊNCIA E, POR EXEMPLO, EU FIQUEI PENSANDO, MEU DEUS, TEM AQUELA, TEM AQUELAS MÁQUINAS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA, NÉ? E TEM TUDO QUE ENVOLVE, TIPO 1 BOMBA NUCLEAR, DIGAMOS ASSIM.

Alexia:

E se aquilo esquentar muito, vai explodir dentro do hospital. Então tem que chamar a Defesa Civil pra trazer a água pra dentro do hospital pra isso não acontecer. É assim, é caos total Sim. Total generalizado. E aí eu fico pensando assim, a gente conseguiu quer dizer controlar a situação de 1 forma muito boa e 1 forma muito saudável também.

Alexia:

Foi tudo muito bem controladinho no seguinte, Forcher você faz isso? Eu faço aquilo? A gente é 1 equipe literalmente tipo é trabalho em equipe.

Foster:

Sim pode tudo sem pensar 2 vezes. É. Eu achei muito interessante porque normalmente é apagão. Não que eu ficaria feliz, mas eu ficaria, tipo ah, todo mundo está sem os celulares, todo mundo pode ficar juntos conversando. Pode ser 1 coisa divertida, tipo momento pra todo mundo sossegar e refletir.

Foster:

Mas, com o seu pai em o hospital envolvido não foi nada disso.

Alexia:

Não e a sua mãe lá dos Estados Unidos quando ela conseguia mandar a mensagem ela mandava assim estão falando que a luz só vai voltar em Portugal daqui a 1 semana E coitados, eles viveram isso com o o furacão né, que passou lá eles ficaram tipo quase 2 semanas sem luz então foi muita coisa ao mesmo tempo. Sim.

Foster:

Enfim, voltando pra casa, a gente viu o pôr do sol aqui do nosso quintal. E, se não me engano, às 10 da noite

Alexia:

10 e pouca,

Foster:

é. Seu pai foi, domingo, seu pai foi pra cama, a gente ficou aqui, no escuro, tipo, só, falando e, respirando, e daí, voltou.

Alexia:

Sim.

Foster:

A luz voltou.

Alexia:

Sim. E estamos com luz até hoje. Eu só sei que eu tenho 1 listinha de compras de Decathlon, de camping, pra fazer, depois dessa história. Que ninguém mais me paga desprevenido em relação a isso, com certeza.

Foster:

Isso ajudou bastante, que eu não sei porquê, mas eu comprei, há tempo atrás lanterna que você pode colocar na cabeça como se chama isso?

Alexia:

Lanterna de cabeça eu acho amor eu não faço ideia

Foster:

Sim mas quando Luiz voltou qual foi o que que vocês sentiam ou pensou? Alívio. Sim.

Alexia:

Alívio não o fato assim ah vou agora eu vou poder pegar meu celular e me comunicar, foi mais no sentido, ok a gente vai poder comer a gente vai poder beber água meu pai vai ter 1 recuperação tranquila foi mais nesse sentido.

Foster:

Sim foi mais podemos sair do estado de emergência mesmo e voltar pra tá agora podemos jogar na recuperação do seu pai e cuidar de noite

Alexia:

exatamente

Foster:

Bom, Alex, mais alguma coisa sobre o apagão de 2025?

Alexia:

Não, eu acho que está ótimo, não quero passar por outro e eu estou exausta de participar de eventos históricos. Já foi, eu não preciso mais participar de nenhum evento histórico.

Foster:

Bom, nos próximos episódios eu tenho certeza que a gente vai continuar contando histórias do nosso mês, mais do que mês, cheio de histórias, malucas, ainda estamos exaustos, ainda estamos recuperando, mas, no final das contas, deu tudo certo.

Alexia:

Sim, deu tudo certo.

Foster:

Como sempre.

Alexia:

Então até o próximo episódio, pessoal.

Creators and Guests

Alexia Souza
Host
Alexia Souza
Co-host of Carioca Connection
Foster Hodge
Host
Foster Hodge
Co-host of Carioca Connection
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